Fórum da ExpoQueijo Brasil debate sucessão rural, protagonismo feminino e valorização da agricultura familiar

Primeira rodada de discussões foi realizada nesta sexta-feira (27) com a presença de especialistas, parlamentares e representantes de entidades rurais

Com foco na valorização da produção artesanal e no fortalecimento da agricultura familiar, o primeiro dia do Fórum Internacional da ExpoQueijo Brasil 2025 foi marcado por debates sobre sucessão rural, legislação e protagonismo feminino. A atividade integra a programação técnica do evento e reuniu produtores, pesquisadores, representantes de universidades e lideranças do setor agropecuário em Araxá (MG).

Promovido no Salão Ouro Preto, no Grande Hotel Termas de Araxá, o fórum propõe uma agenda de painéis e rodas de conversa com temas ligados à inovação, sustentabilidade, cooperativismo e novas perspectivas para a cadeia produtiva do queijo artesanal.

“O fórum tem uma importância muito grande porque ele traz conhecimento, informação e integração entre os produtores. Sem dúvida, projeta também o saber técnico sobre esse patrimônio imaterial da humanidade tão importante para nós”, afirmou Alessandro Henrique de Souza, analista do Sebrae Minas, uma das entidades parceiras da ExpoQueijo.

Entre os temas abordados esteve a legislação relacionada à produção artesanal. O deputado federal José Silva destacou o impacto do selo do queijo artesanal na realidade dos pequenos produtores. “A ExpoQueijo está sendo uma arena importante para divulgar uma legislação que tem caráter municipalista. Antes, o produtor precisava ir a Brasília ou à capital do estado buscar autorização. Agora, é o próprio serviço de inspeção municipal que concede o selo, de forma simples. E esse selo tem agregado de três a cinco vezes o valor de venda do queijo”, explicou.

Outro destaque foi a discussão sobre sucessão rural. Especialistas reforçaram a importância de envolver as novas gerações na continuidade das atividades produtivas. Também foi apresentada a harmonização do queijo com cachaça.

No encerramento da programação desta sexta-feira, foi realizada uma roda de conversa com mulheres que atuam diretamente na produção de queijos artesanais. O espaço foi dedicado à troca de experiências e reflexões sobre o papel feminino na agroindústria familiar. “Foi um momento maravilhoso, que fez história e mudou nossa forma de ver esse protagonismo”, afirmou Marta Cristina Béber, coordenadora estadual da Emater-MG.

Rubnei Santos Gomes, de Porteirinha, no norte de Minas, participou como palestrante. “Foi uma grande oportunidade para falar sobre os avanços, sobre o potencial feminino na área rural. Tenho certeza de que muitas saíram daqui com uma forma de pensar diferente. A mensagem que deixo é que confiem em si mesmas. O potencial feminino é muito grande.”

A programação do fórum segue neste sábado (28), com novos painéis e oficinas voltados à qualificação técnica e ao desenvolvimento sustentável da agroindústria artesanal.

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